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As ruas do centro da capital britânica foram marcadas neste sábado (11) por uma grande manifestação anti-Israel e pró-Palestina. A Polícia Metropolitana (Met) de Londres estimou em 300 mil o número de participantes e prendeu 120 pessoas.
Entre os presos há apoiadores do Hamas e "valentões da extrema-direita" fazendo um contraprotesto, como caracterizou o jornal The Times. O primeiro-ministro Rishi Sunak pediu à polícia que ambos os grupos sejam tratados com "a completa e firme força da lei".
Os britânicos celebraram na mesma data o Dia do Armistício, quando a Primeira Guerra Mundial terminou. O mandatário está em disputa aberta com o chefe da Met, Mark Rowley, por ter permitido a co-ocorrência da celebração com a manifestação sobre o conflito no Oriente Médio.
De fato, imagens mostraram manifestantes anti-Israel acossando um casal que estava fazendo uma venda de caridade de broches com uma papoula, símbolo do armistício e do sacrifício dos soldados britânicos há um século. Também há registro do grito de guerra "Palestina livre do rio [Jordão] ao mar [Mediterrâneo]", que implica na aniquilação de Israel, contido inteiramente entre essas duas fronteiras. Cartazes misturaram a estrela de Davi, símbolo de Israel, com a suástica nazista, e compararam a Faixa de Gaza ao campo de concentração de Auschwitz, onde um milhão de judeus foram mortos pelos nazistas.
O protesto foi o quinto em Londres desde o ataque terrorista do Hamas contra Israel em 7 de outubro. Foi o mais violento, a julgar pelo número de presos.
A maioria dos presos foi de contramanifestantes pró-Israel "de extrema direita", mas o secretário de comunidades Michael Gove precisou se refugiar em uma van da polícia quando foi confrontado por dezenas de ativistas anti-Israel nas imediações da estação de metrô Victoria que gritavam "vergonha".
Apesar do tema da manifestação ter sido a defesa da causa Palestina, em imagens que circularam nas redes sociais é possível ver bandeiras do Hamas sendo mostradas sem objeção aparente dos outros manifestantes. No meio da tarde, Sherwin Savadkoohi, um homem de origem iraniana, exibiu próximo à Ponte de Vauxhall um cartaz em que escreveu "Hamas [é o] Estado Islâmico". Homens mascarados o cercaram, tentaram remover o cartaz de suas mãos, e um teria tentado esfaquear Savadkoohi.
A ministra do Interior, Suella Braverman, declarou que as pessoas que marchavam pelas ruas eram "manifestantes do ódio" e "islamistas", termo para a ideologia política de supremacia do islã, não sinônimo de muçulmano. Ela também acusou a Met de favoritismo por um lado da guerra no Oriente Médio, por ter permitido a manifestação.
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, disse que as palavras de Braverman foram uma causa direta dos confrontos nas ruas, opinião repetida por um ex-vice-diretor da Met. Muitos dos manifestantes de direita presos são parte do movimento anti-imigração, como Tommy Robinson, que disse que chamou seus seguidores às ruas para proteger o Cenotáfio, um monumento pelos caídos na Primeira Guerra. Na perspectiva deles, o monumento foi ameaçado de vandalismo dos manifestantes pró-Palestina nas marchas anteriores.
Segundo o Times, os manifestantes de direita romperam o cordão de segurança policial. Mas a manifestação com 300 mil pessoas começou a quilômetros de distância do Cenotáfio, no Hyde Park.
Sunak afirmou que os violentos foram uma minoria: "As ações deploráveis de uma minoria de pessoas prejudicam aqueles que escolheram expressar suas opiniões pacificamente", declarou o primeiro-ministro. "O Dia do Armistício é um momento para nos unirmos enquanto nação e lembramos aqueles que lutaram e morreram pelas nossas liberdades. O que vimos hoje não defende a honra das nossas forças armadas, é um completo desrespeito".
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