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Além dos inúmeros habeas corpus responsáveis por livrar políticos e empresários acusados de corrupção da cadeia, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, também acumula nos últimos anos uma série de decisões monocráticas em que determinou a paralisação de investigações e até de ações penais envolvendo poderosos. Um dos casos mais emblemáticos engavetados por Gilmar acaba de completar seis meses. Numa decisão sigilosa , publicada no dia 20 de agosto, o ministro suspendeu uma ação penal contra o senador tucano José Serra e a filha dele, Verônica, pelo crime de lavagem de dinheiro, em razão de supostos pagamentos ilícitos feitos pela Odebrecht em contas na Suíça. Gilmar determinou ainda que a defesa de Serra tivesse acesso a “tudo o que contra ele (Serra) houver” nas investigações em andamento na Lava Jato paulista. Como Crusoé revelou em setembro, antes da ordem de paralisar tudo, a força-tarefa havia encontrado na quebra de sigilo do senador e-mails trocados entre ele e o ministro do STF que demonstravam amizade íntima entre os dois, o que, pela letra fria de lei que rege a atuação dos magistrados, seria suficiente para tornar o ministro suspeito para julgar os recursos de Serra.
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