Fundação
João Fernandes da Cunha
conheça aBiblioteca João Fernandes da Cunha
venha nos visitarFundação João Fernandes da Cunha
Manifestantes foram às ruas em Cuba aos gritos de "Liberdade" e "Abaixo a ditadura" neste domingo (11). A piora da pandemia da Covid-19, assim como a situação econômica do país – a pior em 30 anos –, agravada pela redução do turismo, são alguns dos motivos para o ato contra o governo cubano. Os moradores de Cuba tambêm têm relatado cortes de eletricidade na ilha.
Os protestos, divulgados nas redes sociais, começaram de forma espontânea pela manhã. Trata-se de um fato incomum no país governado pelo Partido Comunista, onde as únicas concentrações autorizadas costumam ser as do partido. As informações são da Agência France Press.
Protestos em Havana, capital de Cuba, neste domingo (11) — Foto: Reuters/Stringer
Gritando principalmente "Pátria e vida", título de uma canção polêmica, mas também "Abaixo a ditadura" e "Não temos medo", milhares de manifestantes marcharam pelas ruas de San Antonio de los Baños, uma pequena cidade de 50 mil habitantes a cerca de 30 km da capital Havana. "Liberdade", entoavam outras centenas em Malecón, na costa de Havana. Outros protestos foram relatados e transmitidos ao vivo pelo Facebook ou Twitter, em todo o país, onde a internet móvel só chegou no fim de 2018.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, também se dirigiu à cidade acompanhado de militantes do partido, que desfilaram gritando "Viva Cuba" e "Viva Fidel".
"Não vamos admitir que nenhum contrarrevolucionário, mercenário, vendido ao governo dos EUA, vendido ao império, recebendo dinheiro das agências, deixando-se levar por todas essas estratégias de subversão ideológica, provoquem desestabilização em nosso povo", disse o presidente de Cuba.
"Haverá uma resposta revolucionária. Estamos convocando a todos os revolucionários do país, a todos os comunistas, para que saiam às ruas em todos os lugares onde ocorram essas provocações."
A pandemia do novo coronavírus, cujos primeiros casos na ilha foram detectados em março de 2020, mergulhou Cuba em sua pior crise econômica em três décadas. Todos os dias, os cubanos têm que esperar longas horas em filas para conseguir alimentos e também enfrentam a escassez de medicamentos, o que tem gerado um forte mal-estar social. Dificuldades econômicas também levaram as autoridades a aplicar cortes de eletricidade de várias horas por dia em grandes áreas do país.
Cuba registrou neste domingo mais um recorde de infecções pela Covid-19 em 24 horas, com 6.923 casos, em um total de 238.491, e de óbitos, com 47, totalizando 1.537.
"São números alarmantes, que aumentam a cada dia", comentou Francisco Durán, chefe de epidemiologia do Ministério da Saúde, durante sua coletiva diária na televisão.
Sob hashtags como #SOSCuba, #SOSMatanzas e #SalvemosCuba, os pedidos de ajuda se multiplicam nas redes sociais, inclusive por artistas e famosos, além dos apelos ao governo para que o envio de doações do exterior seja facilitado. No sábado, um grupo de oposição pediu a criação de "um corredor humanitário", iniciativa que o governo rapidamente descartou. "Conceitos ligados a corredor humanitário e ajuda humanitária estão associados a zonas de conflito e não se aplicam a Cuba", disse o diretor de Assuntos Consulares e Atenção aos Cubanos Residentes no Exterior, Ernesto Soberón, em entrevista coletiva. Soberón também denunciou "uma campanha" que visa "apresentar uma imagem de caos total no país que não corresponde à situação atual". No entanto, a autoridade anunciou que o governo abrirá uma conta de e-mail na segunda-feira para agilizar as doações do exterior.
Relatório mostra que 815 milhões de pessoas passam fome no mundo
Pretende conceder férias coletivas aos funcionários? Veja passo a passo
Brasileiros pagam juros do rotativo mais caros do mundo, indica levantamento
Nova lei obriga lojas a exibirem preços com mais clareza na internet
Vai abrir uma loja virtual? Confira cinco perguntas que você deve fazer