Alemanha anuncia plano de três fases para lidar com o risco de falta de combustíveis. E joga bolsas no negativo
Era madrugada no Brasil quando a Alemanha anunciou que trabalha em um plano de emergência para reduzir a dependência de gás e carvão russos. Por enquanto, o pedido é para que famílias e indústrias economizem tanto quanto possível, enquanto o governo faz um levantamento do estado dos estoques. O pedido chega junto com uma nova onda de frio no país, que eleva a demanda dos combustíveis para calefação, isso após um mês de março atipicamente quente e ensolarado.
O plano de contingência que levaria a um racionamento tem mais dois estágios, isso se de fato houver escassez dos combustíveis. A falta de combustíveis ameaça principalmente a indústria e ameaça a economia alemã, a maior da Europa.
Existe uma pressão dentro da Alemanha para que se interrompa as compras da Rússia, ainda que metade do abastecimento venha do país. O governo de Vladimir Putin deu uma ajuda nessa decisão ao tentar impor que os pagamentos sejam feitos não mais em dólar, mas em rublos – uma medida para manter o dinheiro fluindo no país, já que as sanções do Ocidente drenaram a capacidade da Rússia negociar com a moeda americana. A Itália sofre pressão semelhante, e os dois países têm alegado que essa é uma quebra de contrato.
A potencial crise alemã colocou o petróleo de volta em trajetória de alta nesta quarta, após dois dias de baixa. O barril do tipo Brent, referência internacional, avançava perto de 2% pela manhã, negociado na faixa dos US$ 112.
As bolsas caminham na direção inversa, com queda na faixa de 1,5% do índice alemão Dax. É o mesmo sinal dos futuros das bolsas americanas. No fundo, o medo é um só: que a guerra cause ainda mais inflação e abale o crescimento econômico.