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/ Políticas & Finanças

A cidadã de um país comunista que se tornou primeira-dama dos EUA

De personalidade discreta e defensora da descriminalização do aborto, Melania Trump retorna com o marido à Casa Branca

Uma mulher que viveu o comunismo, foi para a América, virou modelo, casou-se com um magnata e se tornou a segunda estrangeira a ser primeira-dama dos EUA. A primeira foi Louisa Addams em 1825.

Melania Knauss Trump é descrita por alguns como “personificação do sonho americano”. A crença afirma que independentemente do lugar em que nasceu e da sua classe social, uma pessoa é capaz de alcançar a sua própria versão de sucesso nos EUA. 

Ela começou a trabalhar como modelo em 1996, quando chegou ao país. 

Nascida em 26 de abril de 1970 na antiga Iugoslávia, onde hoje é a Eslovênia. É a terceira esposa de Donald Trump e retornará à Casa Branca em 20 de janeiro. 

Descrita como “a única pessoa que Trump teme”,  tem personalidade discreta e se mostrou crítica a algumas políticas implementadas por seu marido.

Agora, retorna à Casa Branca para o segundo mandato dele. 


Uma primeira-dama que enfrenta o presidente

 

Em sua autobiografia intitulada “Melania”, ela revela que foi contra a forma como Trump lidou com a pandemia de Covid-19. Chegou a escutar que “se preocupava demais” após dizer a ele que suas atitudes estragariam sua reputação como presidente. 

Melania também se dedicou ao trabalho social com crianças durante o primeiro mandato do marido, tendo criado a iniciativa “Be best” (“Seja melhor”, em tradução livre), que incentivava o desenvolvimento infantil em várias partes do mundo.  

Logo que Trump assumiu, ela permaneceu morando em Nova York com o filho. Melania queria esperar o ano escolar acabar para que a mudança de estado impactasse o mínimo possível a rotina do menino.

A atitude gerou protestos da equipe do presidente, mas ela não considerou os avisos. 

Nos EUA o ano letivo vai de setembro a junho, com uma pausa de duas semanas para Natal e Ano Novo. 

Melania Trump contra a criminalização do aborto

De acordo com o The Guardian, Melania afirma em seu livro que “garantir a autonomia das mulheres na decisão sobre ter filhos é essencial”. 

Para ela, é preciso permitir que as mulheres “façam suas escolhas baseadas em suas próprias convicções e livres de qualquer intervenção ou pressão governamental”. Segundo o The Guardian, ela escreveu: 

“Restringir o direito de uma mulher de escolher se quer interromper uma gravidez indesejada é o mesmo que negar a ela o controle sobre seu próprio corpo. Eu carreguei essa crença comigo durante toda a minha vida adulta.”

A declaração vai contra posições de seu marido, que chamou a revogação da decisão em Roe vs Wade de “a maior vitória pela vida em uma geração”. 

A decisão permitia a realização do aborto em todo o país desde 1973. 

Traída no puerpério 

O casal se conheceu no final dos anos 1990 em uma festa. Donald Trump havia se divorciado de sua segunda esposa, Marla Maples, pouco tempo antes. Os dois têm 26 anos de diferença de idade, o que ela não considera um problema. 

Namoraram por seis anos e casaram-se em 2005 em Palm Beach, Flórida. Meses depois ela deu à luz ao único filho deles, Barron, hoje com 18 anos. 

Uma das curiosidades da cerimônia é que Bill e Hillary Clinton estiveram presentes. 

Anos mais tarde, Trump derrotou a democrata nas eleições. 

Melania Trump entrou nos holofotes em 2018, quando uma ex-amante de seu marido o processou. 

Em 2006, a estrela de filmes adultos Stormy Daniels teve um encontro sexual com Trump em um torneio de golfe de celebridades. Na ocasião, Melania não estava presente, pois havia acabado de ter seu bebê. 

Daniels revelou os detalhes do encontro e afirmou ter recebido US$130.000 do advogado de Trump, Michael Cohen, como pagamento para manter o silêncio antes das eleições presidenciais de 2016. 

O acordo visava proteger a candidatura de Trump e esconder o caso de sua esposa.

 

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