Fundação
João Fernandes da Cunha
conheça aBiblioteca João Fernandes da Cunha
venha nos visitarFundação João Fernandes da Cunha
Em 1820, a Revolução Liberal do Porto sacudiu Portugal. Inspiradas pelo espírito constitucionalista que se espalhava pela Europa, as Cortes exigiram que Dom João VI retornasse imediatamente a Lisboa. Em 1821, o rei partiu, deixando seu filho, Dom Pedro, como príncipe regente.
Essa decisão abriu uma encruzilhada histórica. O Brasil já não era o mesmo desde a chegada da família real em 1808.
O Rio de Janeiro havia se tornado sede da monarquia e instituições modernas, como a Imprensa Régia, o Banco do Brasil e as Escolas de Cirurgia da Bahia e do Rio, deram ao território um novo status.
Os políticos brasileiros sentiam que essa exigência pela volta de Dom Pedro era uma forma de tentar fazer o Brasil voltar à sua posição de Colônia. É importante salientar que as documentações da época não mostram essa intenção dos portugueses, o que indica um exagero narrativo por parte dos partidários da separação do Brasil.
O cenário político brasileiro dividia-se entre diferentes projetos. José Bonifácio de Andrada e Silva, ministro de Dom Pedro, acreditava que apenas uma monarquia centralizada poderia manter a unidade de um país de dimensões continentais.
Sua estratégia era conciliar a ruptura com Portugal sem abrir espaço para fragmentações internas.
Na outra ponta estava Joaquim Gonçalves Ledo, jornalista e líder maçom, que defendia maior liberalismo e participação popular. Suas ideias circulavam em jornais e clubes políticos do Rio de Janeiro, onde encontravam eco em setores urbanos e em parte da elite intelectual.
As Cortes portuguesas, por sua vez, não recuavam: insistiam na volta do príncipe e na submissão do Brasil.
Mesmo que Gonçalves Ledo, José Bonifácio e outros líderes políticos pudessem discordar em relação ao dia seguinte à Independência do Brasil, ter um inimigo em comum fizeram eles lutarem lado a lado contra os portugueses.
O Dia do Fico
Em janeiro de 1822, a pressão atingiu o auge. Navios aportaram no Rio com ordens de levar Dom Pedro de volta a Lisboa. Ao mesmo tempo, um abaixo-assinado com mais de oito mil nomes, vindo de câmaras municipais e da população, pedia que o príncipe permanecesse.
Diante da decisão, Dom Pedro anunciou em 9 de janeiro:
“Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, diga ao povo que fico.”
O “Dia do Fico” não foi apenas um gesto simbólico. Foi o momento em que o regente se colocou decisivamente contra as Cortes portuguesas e dos políticos brasileiros. Abria-se, assim, um caminho sem volta para a emancipação.
Leopoldina e a pena da Independência
Enquanto Dom Pedro buscava apoios nas províncias, a princesa Leopoldina assumiu a regência.
No dia 2 de setembro de 1822, presidiu o Conselho de Estado e assinou o parecer que recomendava a ruptura definitiva com Portugal.
O documento não é um decreto de independência, esse documento nunca existiu. Trata-se de um aconselhamento para que Dom Pedro tome a decisão.
Leopoldina também escreveu ao marido, incentivando-o a agir sem demora:
“O Brasil será em vossas mãos um grande país. O pomo está maduro, colhei-o já, senão apodrece.”
O Grito do Ipiranga
No caminho de volta de Santos, em 7 de setembro de 1822, Dom Pedro recebeu as cartas de Leopoldina, de Bonifácio e de outros conselheiros. Essas cartas alertavam para a necessidade de reagir às ordens de Lisboa que exigiam sua partida imediata.
Às margens do riacho do Ipiranga, o príncipe tomou a decisão que mudaria a história. Ergueu a espada e declarou:
“A partir de hoje, estão rompidas as nossas relações com Portugal. A nossa divisa, a partir de agora, será: Independência ou Morte.”
O gesto inflamou sua guarda e entrou para a memória nacional. Décadas depois, o pintor Pedro Américo eternizaria a cena de forma romanceada, transformando aquele instante em mito fundador.
A guerra de Independência e o reconhecimento do Brasil
O brado do Ipiranga foi o marco simbólico, mas a independência ainda precisava ser garantida na prática. Entre 1822 e 1825, lutas violentas ocorreram no Maranhão, no Pará, no Piauí, na Cisplatina e na Bahia.
Tropas luso-brasileiras, voluntários locais e mercenários estrangeiros compuseram um exército improvisado.
Maria Quitéria vestiu farda e empunhou armas; Madre Joana Angélica tombou diante das tropas inimigas.
A vitória militar abriu caminho para a diplomacia. Em 1825, com mediação da Inglaterra, Portugal assinou o Tratado de Paz e Amizade, reconhecendo a independência em troca de uma indenização de dois milhões de libras esterlinas.
Relatório mostra que 815 milhões de pessoas passam fome no mundo
Pretende conceder férias coletivas aos funcionários? Veja passo a passo
Brasileiros pagam juros do rotativo mais caros do mundo, indica levantamento
Nova lei obriga lojas a exibirem preços com mais clareza na internet
Vai abrir uma loja virtual? Confira cinco perguntas que você deve fazer