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A aglomeração de pessoas após a morte de Diego Maradona pode fazer com que a Argentina tenha sérios problemas nos próximos dias em relação à covid-19.. Emocionados, cerca de 1 milhão de pessoas foram até a Casa Rosada para participar do velório do craque argentino. Mas a homenagem pode desencadear um número elevado de contaminação pela doença. Muitos fãs não usavam máscara e poucos respeitavam o distanciamento social.
Uma cena comum durante o velório, que durou quase 12 horas, foi a de fãs chorando, se abraçando e esquecendo completamente da pandemia do novo coronavírus. Na opinião de Eliseu Alves Waldman, epidemiologista e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, tal 'descuido' pode custar caro para o país e os habitantes de Buenos Aires.
"É possível que daqui 14 dias, tenhamos um pico de casos (de covid) na Argentina. Saberemos o resultado disso tudo em alguns dias. É provável que os argentinos paguem tributos por essa manifestação", disse o médico ao Estadão.
A maior preocupação não é com o número de pessoas, mas sim com a forma com que elas se portaram durante o velório de Maradona. "A Casa Rosada é um prédio espaçoso, mas um lugar fechado. O período que o fã fica lá dentro é o momento de maior possibilidade de contágio", explicou o infectologista.
Durante o velório, houve confusão e a polícia chegou a atirar gás lacrimogêneo para dispersar os fãs. Consequentemente, mais correria e os poucos que ainda estavam de máscara tiveram de tirá-la para conseguir respirar melhor. "Um aspecto menos grave é que boa parte dos acontecimentos foi ao ar livre, mesmo assim houve uma grande aglomeração, sem respeitar o distanciamento, e isso é muito perigoso", disse o médico.
A chegada do corpo de Maradona à sede do governo da Argentina aconteceu por volta das 4 da manhã, horário local e de Brasília. O velório começou às 6h e foi até cerca de 17h. Por volta das 15h, teve novo início de confusão, pois a polícia tentou dispersar os torcedores para encerrar a cerimônia, que inicialmente acabaria às 16h.
A aglomeração continuo durante o trajeto do corpo até o cemitério Jardin Bela Vista. Uma multidão se amontoava nas margens da rodovia por onde passou o cortejo que levava o corpo do camisa 10. A pista da rodovia por onde passava o corpo estava praticamente parada, tomada por carros estacionados para o adeus a Maradona. Pessoas cumprimentavam a caravana e, emocionadas, acenavam e tentavam ter pela última vez o contato com o craque. Muitos se abraçaram. No total, a Argentina já teve mais de 1,4 milhão de casos e quase 38 mil mortos por covid.
Por: Daniel Batista, O Estado de S. Paulo
27 de novembro de 2020 | 08h00
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