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O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu arquivar o inquérito que apurava a denúncia de suposta injúria racial que teria sido cometida pelo meia Ramírez, do Bahia, contra o volante Gerson, do Flamengo. A decisão do relator Maurício Neves Fonseca foi divulgada na quinta-feira (11).
O inquérito foi concluído após o STJD analisar as imagens da partida entre Bahia e Flamengo e colher depoimentos do jogador do Bahia, do árbitro e delegado do jogo, e do técnico Mano Menezes, que na época comandava o tricolor.
O órgão também convocou o volante Gerson, que fez a denúncia, além do zagueiro Nathan e do atacante Bruno Henrique como testemunhas. No entanto, os jogadores do Flamengo não compareceram à audiência e não prestaram depoimento.
De acordo com o relator, todos os envolvidos que prestaram depoimento no inquérito relataram que não ouviram Ramírez chamar Gerson de negro. O documento diz ainda que até mesmo as testemunhas declararam em depoimento na delegacia, que também não ouviram a suposta injúria.
"No caso em apreço, temos apenas a palavra isolada do atleta Gerson, que embora tenha sido levada em consideração por este Colendo STJD, tanto que houve a instauração do presente inquérito, ela, por si só, não autoriza o oferecimento de denúncia, eis que desprovida de provas”, diz trecho da decisão.
Com o arquivamento do processo, o Bahia e Ramírez não correm riscos de serem punidos na esfera esportiva. Já o Flamengo pode sofrer pena por conta da ausência dos seus atletas na audiência de depoimento.
Uma outra investigação está sendo realizado na esfera criminal, pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Neste processo, Ramírez foi indiciado. O caso foi encaminhado para o Ministério Público do Rio, que vai decidir se apresentará ou não denúncia contra o jogador.
Durante a partida entre Bahia e Flamengo, vencida pelo time carioca por 4x3, em dezembro do ano passado, no Maracanã, Gerson acusou o colombiano Ramírez de ter falado "cala boca, negro!".
No momento do suposto ocorrido, houve uma grande discussão no campo, que resultou também em acusação na esfera criminal, investigada pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.
"O Ramirez, quando tomamos acho que o segundo gol, o Bruno fingiu que ia chutar a bola e ele reclamou com o Bruno. Eu fui falar com ele e ele falou bem assim para mim: "Cala a boca, negro". Eu nunca falei nada disso, porque nunca sofri. Mas isso aí eu não aceito", acusou Gerson em entrevista pós-jogo.
"Em nenhum fui racista com nenhum dos jogadores, nem com Gerson, nem com qualquer outra pessoa. Acontece que quando fizemos o segundo gol botamos a bola no meio do campo para sair rapidamente e o Bruno Henrique finge e eu arranco a correr e eu digo a Bruno que” jogue rápido, por favor”, "vamos irmão, jogar sério”. Aí ele joga a bola para trás e Gerson, não sei o que me fala, mas eu não compreendo muito o português. Não compreendi o que me disse e falei "joga rápido, irmão", se defendeu Ramírez.
Ramírez chegou a ser afastado das atividades pelo Bahia, enquanto uma apuração interna foi realizada pelo clube. na leitura labial feita por especialistas contratados pelo tricolor, foi constatado que o jogador não usou a palavra "negro" durante os diálogos.
Sem a comprovação de que o colombiano havia cometido a injúria, Ramírez foi reintegrado ao elenco do Bahia e vem sendo peça importante na luta do Esquadrão para escapar do rebaixamento.
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