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Em Salvador, o Espaço Pierre Verger da Fotografia Baiana, no Forte Santa Maria, conta com um acervo não só em homenagem ao antropólogo e fotógrafo que dá nome ao espaço, mas também a artistas fotográficos da Bahia, com mais de três mil registros disponíveis para os visitantes.
Na manhã de sexta-feira (6 de janeiro de 2023), visitantes aproveitavam o local, que conta com um painel interativo de exibição das imagens, além de molduras digitais e outras experiências sensoriais a exemplo da realidade virtual, ainda suspensa em razão da Covid-19. A supervisora do local, Simone Lopes, conta que são mais de 100 fotógrafos em exposição, com imagens que datam desde o início do século XX.
O painel interativo é uma possibilidade de as pessoas conhecerem mais sobre os trabalhos expostos e ao mesmo tempo perceber que, além de observar, é possível fazer parte do contexto da imagem. Ela contou, por exemplo, que muitas pessoas veem imagens de Salvador antiga, da época dos pais e dos avós, e se emocionam. “A memória afetiva acaba mexendo com o sentimento delas”, declarou Simone.
Ela destaca ainda que cada fotografia conta mil histórias e eterniza um determinado momento de uma época. “Não é só um clique, mas o olhar do fotógrafo com a alma de alguém sendo registrada, trazendo a história daquele local, as mudanças da cidade, questões envolvendo o sentimento de cada um. Quando eu olho para uma foto, eu vejo aquilo que carrego como lembrança e me identifico com a imagem. É um trabalho maravilhoso”, completou a supervisora.
Turista de Fortaleza, a revisora de textos Joice Nunes está há oito dias na cidade e fez questão de inserir na agenda uma visita ao espaço. “A gente já conhece o trabalho do Pierre Verger porque temos interesse por arte de uma forma geral. Em Fortaleza, um museu recebeu uma grande exposição de Verger e pudemos ver um pouco mais de perto as obras dele, e nos interessamos pelas fotos e pela escrita. Estando em Salvador, não podia perder essa oportunidade, ainda mais neste espaço que dá visibilidade a outros artistas”.
O desenvolvedor Victor Quinderé acompanhou Joice no passeio e aprovou o espaço. “A primeira impressão é bem bacana, a parte estrutural, as obras aqui, tudo muito interessante. A gente já estava querendo vir, estava na programação, ainda mais depois da exposição em Fortaleza. Achei muito importante esse espaço não só para o Verger, mas para outros artistas”.
Visitação – Quem visitar o Espaço Cultural Pierre Verger também pode conhecer o Carybé das Artes, no Forte São Diogo, com pinturas do artista argentino que foi radicado na Bahia. Ambos os espaços culturais funcionam de quarta a segunda-feira, das 10h às 18h. Os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia) e dão direito à visitação dos dois equipamentos. Às quartas-feiras, a entrada é gratuita.
Perfil – Pierre Edouard Léopold Verger (1902-1996) foi um fotógrafo, etnólogo, antropólogo e pesquisador francês que viveu grande parte da sua vida em Salvador. Ele realizou um trabalho fotográfico de grande importância, baseado no cotidiano e nas culturas populares dos cinco continentes.
Além disto, produziu uma obra escrita de referência sobre as culturas afro-baiana e diaspóricas, voltando seu olhar de pesquisador para os aspectos religiosos do candomblé e tornando-os seu principal foco de interesse. Em 1988, Verger criou a Fundação Pierre Verger (FPV), da qual era doador, mantenedor e presidente, assumindo assim a transformação da sua própria casa na sede da Fundação e num centro de pesquisa. Ao falecer, deixou à Fundação Pierre Verger a tarefa de prosseguir com o seu trabalho.
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