Em reação ao governo Lula, 19 estados decidem manter escolas cívico-militares
Nordeste é a exceção
Após a determinação do governo Lula para encerrar o Programa de Escolas Cívico-Militares (Pecim) criado no governo de Jair Bolsonaro, a maioria dos estados reagiu à decisão com medidas que, na prática, contrariam a decisão. Ao todo, 19 governadores já disseram que vão estadualizar as escolas cívico-militares para manter o modelo em funcionamento.
Além da mudança na administração das escolas anunciada pelos governadores, a medida do MEC não afeta diversas outras escolas do mesmo modelo que já fazem parte de programas estaduais.
O Nordeste é a única região onde o programa não irá avançar sob a administração dos estados, quase todos governados por aliados declarados do regime petista.
De acordo com um relatório do MEC, publicado em dezembro do ano passado, sobre o Pecim, o programa ajudou a diminuir a evasão escolar, fez cair o número da violência em ambiente escolar e aumentou a aprovação dos alunos.
Confira como ficou a decisão de cada estado por região:
Os governos do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo já anunciaram que irão manter as escolas cívico-militares.
Ao todo, o Espírito Santo tem dez unidades; o Rio de Janeiro possui 16 escolas, a mesma quantidade de Minas Gerais e São Paulo.
“Fui aluno de Colégio Militar e sei da importância de um ensino de qualidade e como é preciso que a escola transmita valores corretos para os nossos jovens. O governo de São Paulo vai editar um decreto para regular o seu próprio programa de escolas cívico-militares e ampliar unidades de ensino com este formato em todo o Estado”, disse o governador, Tarcísio de Freitas, em publicação no Twitter.
Na região norte, os estados de Rondônia, Roraima, Acre, Amazonas, Pará e Tocantins já se manifestaram pela continuidade do modelo. Apenas o governo do Amapá disse que ainda está definindo estratégias sobre a administração das escolas. O estado tem quase cinco mil alunos matriculados em quatro escolas cívico-militares.
Pelas redes sociais, o governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha (União Brasil), reafirmou o seu compromisso com o modelo e tranquilizou os pais sobre a continuidade das escolas.
“Em nosso estado iremos manter, de forma inabalável, nossas escolas cívico-militares. Em Rondônia a educação é prioridade”, disse Rocha ao publicar o comunicado no Instagram.
Roraima manterá as 33 escolas que já fazem parte de um programa estadual. De acordo com a Secretaria de Educação do estado, apenas uma escola criada a partir do Pecim terá as atividades encerradas até o fim do ano como determina a resolução do Ministério da Educação.
Do total, 21 colégios estão localizados na capital do estado, Boa Vista, e outros 13 estão distribuídos no interior. O número de escolas cívico-militares no estado foi duplicado no ano passado. O modelo foi adotado na gestão da ex-governadora Suely Campos, em 2016, e ampliado na gestão do governador Antonio Denarium (PP).