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Obrigado, Dom Gilson
Por Dom Murilo S.R. Krieger, scj Arcebispo de São Salvador da Bahia – Primaz do Brasil
Na segunda-feira passada, dia 27 de agosto, a Arquidiocese de São Salvador da Bahia despediu-se de um de seus Bispos Auxiliares: Dom Gilson Andrade da Silva, que aqui trabalhou desde 2011.
Saudando-o no Santuário de N. Sra. de Fátima, em nossa cidade, comecei recordando uma observação que lhe fiz no dia 10 de outubro de 2011, quando o acolhi na Catedral Metropolitana: “Não posso falar muito desta Arquidiocese que o acolhe, porque também eu estou dando meus primeiros passos nela. Adianto-lhe, contudo, o seguinte: o povo desta Arquidiocese Primaz é muito acolhedor, muito carinhoso, muito religioso e muito festivo. Você se sentirá bem aqui, quer no meio dos padres, quer no dos diáconos permanentes, das religiosas e dos religiosos, dos leigos e leigas. Prepare-se: a cada momento e em cada lugar, vão lhe perguntar: “Está gostando da Bahia?” Sim, eles vão fazer todo o possível para que você se sinta bem nestas terras. E isso não lhe vai ser difícil, já que sua mãe é baiana e você, por isso mesmo, conhece bem o jeito baiano de ser. Fique, pois, à vontade! A casa é sua!”
Feita a recordação do que havia lhe dito sete anos atrás, completei: “Acertei em antecipar que você se sentiria bem aqui. Realmente, se fosse possível e dependesse de nós, gostaríamos que permanecesse mais tempo nesta região. Mas assim é a Igreja: precisa de nós em lugares aonde nunca pensamos ir; assim é a vida: marcada por mil despedidas, sempre dolorosas e sentidas.
Você escolheu como lema episcopal ‘Por causa de tua Palavra, lançarei as redes’ (Lc 5,5). O mar onde você deve lançar as redes vai muito além da área geográfica desta Arquidiocese Primaz. Tal mar atinge também Nova Iguaçu. Leve suas redes para lá. A lembrança de tantas pescas feitas em terras baianas vai ser fonte de ânimo e inspiração para seus trabalhos por lá. Nós o acompanharemos com nossas orações”.
Com seu jeito simples de ser, com sua transparência e bondade, Dom Gilson conquistou o coração de todos os que com ele tiveram contato. Seu raio de ação foi amplo: acompanhou tanto a pastoral presbiteral como a formação dos futuros sacerdotes; esteve ao lado tanto de jovens como de casais; visitou paróquias e orientou congregações religiosas.
Para mim, Dom Gilson foi um irmão, um amigo e um forte apoio em todos os momentos. Guardo com carinho suas expressões de amor à Igreja e seu desapego material; seu entusiasmo pela ação evangelizadora e sua visão pastoral. Mas guardo, sobretudo, as lembranças da longa convivência numa mesma casa – lembranças que ouro algum do mundo conseguiria comprar. Por tudo isso, só tenho a lhe dizer: “Obrigado, muito obrigado! Deus o acompanhe em suas novas responsabilidades, na Diocese de Nova Iguaçu!”.