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Elomar compôs “O Violeiro”, música que ficou famosa na voz de Elba Ramalho, esse foi um dos sucessos do artista que é um dos mais respeitados na MPB. Chamado de “Príncipe da Caatinga” por Vinícius de Moraes, ele criou um estilo único ao misturar elementos do sertão nordestino com as canções medievais europeias.
Durante sua carreira, tornou-se um menestrel errante, um termo usado na Europa medieval que indica um poeta que viaja de cidade em cidade levando a sua arte. Elomar levou suas canções a públicos diversos por todo o Brasil. Sua singularidade foi uma das fontes de inspiração de Caetano Veloso na composição de suas obras.
Quem é Elomar?
Elomar Figueira Mello é um compositor que une as tradições do sertão nordestino à música erudita. Sua obra é um reflexo de suas experiências no sertão, onde absorveu influências como a cantoria e o repentismo, além de elementos urbanos e clássicos, como o flamenco e a ópera.
Com formação em violão clássico e arquitetura, suas obras são conhecidas pela linguagem rica e complexa, utilizando dialetos regionais para expressar a cultura sertaneja e explorar o conceito de um "sertão profundo".
Vivendo afastado da vida urbana, Elomar se dedica à criação de bodes e à composição, enquanto sua música continua a desafiar classificações tradicionais, navegando entre o popular e o erudito.
O nascimento
Elomar Figueira Mello nasceu em 21 de dezembro de 1937, na Fazenda Boa Vista, situada na Zona da Mata do Itambé, em meio às grandes secas cíclicas do sertão nordestino.
Filho de Ernesto Santos Mello e Eurides Gusmão Figueira Mello, cresceu em uma família tradicional de fazendeiros. Devido à saúde frágil, sua família mudou-se para a cidade de Vitória da Conquista quando ele tinha três anos.
A infância
Durante a infância, Elomar foi exposto à música dos menestréis errantes e também à música eclesiástica, que despertaram nele o desejo de aprender e compor suas próprias canções.
Aos sete anos, Elomar começou a aprender violão, apesar da resistência social e familiar, já que músicos eram considerados irresponsáveis. As suas primeiras composições surgiram quando tinha apenas onze anos.
Mudou-se para Salvador, em 1954, para cursar o ensino científico, mas interrompeu os estudos para servir ao exército em sua terra natal. Durante esse período, teve contato com diversos estilos musicais, incluindo a música nacional urbana e o tango argentino.
A faculdade
Em 1959, Elomar iniciou sua carreira acadêmica em arquitetura, graduando-se em 1964. Ao concluir o curso, decidiu retornar ao sertão, onde se casou com Adalmária e teve três filhos: Rosa Duprado, João Ernesto e João Omar.
A música
Apesar de trabalhar como arquiteto, sua verdadeira paixão sempre foi a música. Nos anos 70, começou a ganhar reconhecimento como compositor e intérprete, destacando-se pelo estilo único e pelas temáticas relacionadas às virtudes do homem sertanejo.
Elomar compôs uma vasta obra, incluindo óperas, antífonas e galopes, muitas vezes permeadas pelas vivências e dificuldades enfrentadas na aridez sertaneja.
Durante sua carreira, tornou-se um menestrel errante, um termo usado na Europa medieval que indica um poeta que viaja de cidade em cidade levando a sua arte. Elomar levou suas canções a públicos diversos por todo o Brasil.
Hoje, aos 87 anos, Elomar continua a compor intensamente, buscando concluir suas obras para que sejam apreciadas pelas futuras gerações, permanecendo fiel às suas raízes sertanejas e à sua formação clássica.